domingo, 30 de agosto de 2009

GENTE DA TERRA

MEDALHA MUNICIPAL DE SERVIÇOS DISTINTOS


ANTÓNIO JOAQUIM FIALHO DEODATO

Nasceu em 8 de Dezembro de 1938, é natural de Vera Cruz, Portel e residente na Freguesia de Santa Iria de Azóia, Concelho de Loures.
Em 5 de Setembro de 1977, foi admitido nos Quadros da Câmara Municipal de Loures, com a categoria profissional de Jardineiro, atingindo em 1993, a categoria de Jardineiro Principal. Desde 1990 que se encontra destacado na Freguesia de Bobadela.
Desempenhou sempre com saber, empenho, lealdade, dedicação e competência profissional todas as tarefas e responsabilidades que lhe foram confiadas na área da Jardinagem e Zonas Verdes, para além de ter sempre demonstrado grande capacidade de coordenação e liderança na gestão dos recursos humanos sob dependência hierárquica e funcional, contribuindo, desta forma, para a preservação e melhoria da qualidade do Ambiente no Concelho.

Loures

A IGREJA

Nota Histórico-Artistica Antes de a igreja ter sido agraciada com as relíquias da Vera Cruz, recolhidas na Batalha do Salado, assim fazendo com que Marmelar se instituísse como um dos quatro templos do reino onde a memória dessa gloriosa batalha fosse evocada (Sé de Évora, Sé de Lisboa e Matriz de Santiago do Cacém), um longo passado religioso estava testemunhado no local.
São ainda importantes os vestígios de uma construção anterior, catalogada por alguns autores como de época visigótica (ALMEIDA, 1954; HAUSCHILD, 1986, p.168), mas mais recentemente inserida no contexto moçárabe, pouco posterior à conquista islâmica da península (REAL, 1995, p.44; CABALLERO e ARCE, 1995, p.201). Na cabeceira, restam duas capelas quadrangulares cobertas com abóbada em ferradura, que serviram, originalmente, de absidíolos de uma reformulada ábside. Numa delas conserva-se uma janela-nicho de formato semicircular, cuja curvatura é ocupada por concha talhada a bisel (ALMEIDA, 1954, p.7). Pelo local existem outros elementos pétreos decorados com motivos vegetalistas e geométricos, já descontextualizados, assim como pequenos frontões triangulares (em número ainda impreciso), incorporados na parede posterior da cabeceira.
Em 1954, Fernando de Almeida catalogou estes vestígios à luz das dominantes estilísticas visigóticas de Beja, conclusão que teve o seu sucesso nas décadas imediatamente posteriores, em que o foco bejense, estudado por Abel Viana, se relacionava preferencialmente com Mérida. No entanto, a partir de finais dos anos 80 do século XX, tem-se questionado esta catalogação e privilegiado uma via alternativa, um pouco mais tardia e que tem nas comunidades moçárabes um factor preponderante de desenvolvimento. As analogias decorativas das peças de Marmelar com outras das igrejas setentrionais de San Pedro de la Nave e de San Juan de Baños são importantes o suficiente para que se equacione estar perante uma obra estritamente moçárabe.
Em 1240, os hospitalários fundaram a aldeia e terão promovido a conversão do edifício cristão em mosteiro. As obras de edificação do novo conjunto terão ficado terminadas por volta de 1268 (PEREIRA, 1995, vol. I, p.391). A qualidade da obra arquitectónica então realizada é a prova material da relevância desta comunidade para a Ordem do Hospital.
Tipologicamente, a igreja insere-se no grupo de igrejas-fortalezas e as analogias com o templo do Mosteiro da Flor da Rosa foram já evidenciadas (RODRIGUES e PEREIRA, 1986). A fachada principal é flanqueada por duas torres quadrangulares de quatro pisos, que resguardam o portal principal, incorporado em narthex. As fachadas laterais, seccionadas por contrafortes ligados por arcos cegos de volta perfeita, são fenestradas por altas frestas, mais características da arquitectura militar. Paralelamente, o conjunto era rematado por ameias e, na cabeceira, associava-se uma terceira torre, hoje muito transformada. O interior é de nave única de tendência cruciforme, com dois portais góticos entaipados nos braços do transepto inscrito, formando um interior muito amplo.
A estrutura do templo que chegou até hoje data genericamente do período gótico, embora tenham existido obras posteriores, designadamente no século XVII. É a essa altura que corresponde a entrada principal com portal de lintel recto limitado por colunas jónicas e sobrepujado por frontão curvo, bem como as entradas laterais, que seguem o mesmo esquema de portal, porém simplificado. No interior, a cobertura gótica foi integralmente substituída pela actual abóbada de canhão e ter-se-á fechado a capela-mor, construindo-se o actual retábulo de estrutura única na parede e as duas portas de arco de volta perfeita de acesso aos absidíolos.
Sem obras aparentes nos últimos séculos, o complexo de Vera Cruz de Marmelar, que integra também o antigo paço (de origem medieval e convertido em residência particular), permanece como um terreno virgem de intervenções, propício ao desenvolvimento de um projecto modelar a todos os níveis.

VERA CRUZ

Vera Cruz de doces encantos
Um dos maiores pontes de interesse de Vera Cruz é, sem dúvida, a sua igreja fortaleza onde se guarda a valiosa relíquia do Santo Lenho que se julga ser parte da cruz onde Jesus Cristo foi cruxificado e que aqui chegou transportada pelos cruzados, por esse facto aqui acorrem anualmente centenas de visitantes. Muitas são as lendas e as histórias de origem popular que envolvem este significante acontecimento em que a seu povo acredita religiosamente. Destaco as Lendas da Fonte Santa e das Oliveiras Bentas, entre muitas outras.

Em Vera Cruz vale apena visitar a Fonte Santa e deliciar-se com o sabor milagroso das suas águas, passear-se pelas hortas, olivais e montados que circundam a aldeia, saboramdo o ar puro e freco deste lugar, os produtos que o seu povo dai colhe, e que continuam a ser a fonte do seu sustento, sugiro que provem as laranjas, os figos, o azeite as cilarcas e, cloro, o trigo que está na origem do inigualavel pão alentejano e que em Vera Cruz tem um sabor único.

Ao se deixarem envolver pelo espírito de tranquilidade e paz que caracteriza esta terra terão ainda tempo de subir ao Outeiro se Sto António, passar pelo São Sebastião e, por entre as ruas brancas e sempre limpas, terão oportunidade de constatar a simplicidade e afectuosidade das pessoas que aqui vivem e estas são , sem dúvida, o melhor cartão de visita.

A ALDEIA

A aldeia

Para visitar Vera Cruz comece pela Igreja de São Pedro ( Séculos VII - XIX ). Assim que se aproxima da aldeia a primeira coisa que salta à vista é esta igreja, que é a edificação mais alta da aldeia. Igreja do antigo mosteiro da Ordem de Malta, foi fundada nos finais do século XIII por D. Afonso Pires Farinha, que participou na 7ª cruzada a Jerusalém, de onde trouxe a relíquia do Santo Lenho, ainda hoje guardada no seu interior.
O templo medieval foi construído sobre as ruínas de um antigo mosteiro visigótico, do qual subsistem, com especial relevo, as capelas colaterais da actual cabeceira da igreja, esta já consequência de uma reforma dos séculos XVI a XIX. Considerado um dos mais belos templos do País só abre oficialmente à hora da missa de domingo( actualmente é às 10.30h). Se for fora desta hora e se pedir ajuda poderá espreitá-la( procure no museu junto à mesma ou alguém por ali alguém que tenha a chave ). Tem uma história imensa de peregrinações, milagres e exorcismos. Com data de início de construção em 1271, era parte de um convento que esteve entregue à Comenda de Malta de Vera Cruz e era delegação do priorado do Crato. Este mosteiro, ou convento, ainda existe mas está praticamente em ruínas, mas ainda se pode observar como viviam os frades nesse tempo.

Se visitar a igreja, sinta todo o miticísmo e repare em alguns pontos interessantes: as janelas são apenas pequenas frestas que pouco iluminam o templo, tendo que se recorrer à iluminação artificial. É também desprovida de altares laterais, sendo o único altar o altar-mor. Do lado esquerdo do altar está uma pequena divisão onde está fechada a custódia do Santo Lenho, e repare na data que está por cima da porta. Indica a ultima restauração de que foi alvo. Já nas traseiras da igreja tome atenção às sucessivas obras de que este templo foi alvo. Notam-se muitas construções em cima umas das outras, o que indica muitas e muitas gerações que por ali passaram. Actualmente estas ruínas estão suspensas com uma estrutura metálica, pelo que percorra-as com cuidado.

Deve visitar na aldeia além da Igreja do Santo Lenho, o Museu da Aldeia, a Capela da Santo António, a Fonte Santa e os Buracos dos Mouros.
Em Vera Cruz há festas em honra do Santo Lenho sendo os dias principais sempre a 13 e 14 do mês de Setembro. Nas festas há bailes, touradas,largadas, procissão e as pessoas sao muito devotas ao santo.
Mas e que lenda é esta? É importante explicar um pouco da história deste local...












Um pouco de história...e lendas...

Mais importante é a lenda que garante que a madeira que está dentro de uma belíssima custódia (fechada literalmente a sete chaves) pertenceu ao Santo Lenho (a cruz de Cristo), motivo mais do que suficiente para ser, antes das aparições em Fátima, um importante local de peregrinação. E de exorcismos, como o daquela menina que tinha sido possuída pelo espírito de um homem adulto. Se estes motivos não fossem suficientes a aldeia tinha ainda um Pinheiro Sagrado e uma Fonte Santa, que se diz que terão aparecido na mesma altura em que o Santo Lenho foi para aqui trazido (1271). Outra lenda, esta historicamente improvável, diz que o Pinheiro Sagrado nasceu quando D. Afonso Henriques, ao passar por aqui em 1139, a caminho da batalha de Ourique, terá cravado no chão uma vara de espinho, enquanto dizia "é tão certo vencer todos os mouros, como esta vara reverdecer". De qualquer forma, os habitantes garantem que houve na aldeia um pinheiro sagrado, que era local de peregrinação, e garantem-me que a pinha que está no Museu da Aldeia tem cerca de 300 anos e foi fruto dessa mesma conífera.