quarta-feira, 25 de julho de 2012

FESTAS DA ALDEIA

festas em honra do santo lenho 13 a 16 setembro 2012

domingo, 30 de agosto de 2009

GENTE DA TERRA

MEDALHA MUNICIPAL DE SERVIÇOS DISTINTOS


ANTÓNIO JOAQUIM FIALHO DEODATO

Nasceu em 8 de Dezembro de 1938, é natural de Vera Cruz, Portel e residente na Freguesia de Santa Iria de Azóia, Concelho de Loures.
Em 5 de Setembro de 1977, foi admitido nos Quadros da Câmara Municipal de Loures, com a categoria profissional de Jardineiro, atingindo em 1993, a categoria de Jardineiro Principal. Desde 1990 que se encontra destacado na Freguesia de Bobadela.
Desempenhou sempre com saber, empenho, lealdade, dedicação e competência profissional todas as tarefas e responsabilidades que lhe foram confiadas na área da Jardinagem e Zonas Verdes, para além de ter sempre demonstrado grande capacidade de coordenação e liderança na gestão dos recursos humanos sob dependência hierárquica e funcional, contribuindo, desta forma, para a preservação e melhoria da qualidade do Ambiente no Concelho.

Loures

A IGREJA

Nota Histórico-Artistica Antes de a igreja ter sido agraciada com as relíquias da Vera Cruz, recolhidas na Batalha do Salado, assim fazendo com que Marmelar se instituísse como um dos quatro templos do reino onde a memória dessa gloriosa batalha fosse evocada (Sé de Évora, Sé de Lisboa e Matriz de Santiago do Cacém), um longo passado religioso estava testemunhado no local.
São ainda importantes os vestígios de uma construção anterior, catalogada por alguns autores como de época visigótica (ALMEIDA, 1954; HAUSCHILD, 1986, p.168), mas mais recentemente inserida no contexto moçárabe, pouco posterior à conquista islâmica da península (REAL, 1995, p.44; CABALLERO e ARCE, 1995, p.201). Na cabeceira, restam duas capelas quadrangulares cobertas com abóbada em ferradura, que serviram, originalmente, de absidíolos de uma reformulada ábside. Numa delas conserva-se uma janela-nicho de formato semicircular, cuja curvatura é ocupada por concha talhada a bisel (ALMEIDA, 1954, p.7). Pelo local existem outros elementos pétreos decorados com motivos vegetalistas e geométricos, já descontextualizados, assim como pequenos frontões triangulares (em número ainda impreciso), incorporados na parede posterior da cabeceira.
Em 1954, Fernando de Almeida catalogou estes vestígios à luz das dominantes estilísticas visigóticas de Beja, conclusão que teve o seu sucesso nas décadas imediatamente posteriores, em que o foco bejense, estudado por Abel Viana, se relacionava preferencialmente com Mérida. No entanto, a partir de finais dos anos 80 do século XX, tem-se questionado esta catalogação e privilegiado uma via alternativa, um pouco mais tardia e que tem nas comunidades moçárabes um factor preponderante de desenvolvimento. As analogias decorativas das peças de Marmelar com outras das igrejas setentrionais de San Pedro de la Nave e de San Juan de Baños são importantes o suficiente para que se equacione estar perante uma obra estritamente moçárabe.
Em 1240, os hospitalários fundaram a aldeia e terão promovido a conversão do edifício cristão em mosteiro. As obras de edificação do novo conjunto terão ficado terminadas por volta de 1268 (PEREIRA, 1995, vol. I, p.391). A qualidade da obra arquitectónica então realizada é a prova material da relevância desta comunidade para a Ordem do Hospital.
Tipologicamente, a igreja insere-se no grupo de igrejas-fortalezas e as analogias com o templo do Mosteiro da Flor da Rosa foram já evidenciadas (RODRIGUES e PEREIRA, 1986). A fachada principal é flanqueada por duas torres quadrangulares de quatro pisos, que resguardam o portal principal, incorporado em narthex. As fachadas laterais, seccionadas por contrafortes ligados por arcos cegos de volta perfeita, são fenestradas por altas frestas, mais características da arquitectura militar. Paralelamente, o conjunto era rematado por ameias e, na cabeceira, associava-se uma terceira torre, hoje muito transformada. O interior é de nave única de tendência cruciforme, com dois portais góticos entaipados nos braços do transepto inscrito, formando um interior muito amplo.
A estrutura do templo que chegou até hoje data genericamente do período gótico, embora tenham existido obras posteriores, designadamente no século XVII. É a essa altura que corresponde a entrada principal com portal de lintel recto limitado por colunas jónicas e sobrepujado por frontão curvo, bem como as entradas laterais, que seguem o mesmo esquema de portal, porém simplificado. No interior, a cobertura gótica foi integralmente substituída pela actual abóbada de canhão e ter-se-á fechado a capela-mor, construindo-se o actual retábulo de estrutura única na parede e as duas portas de arco de volta perfeita de acesso aos absidíolos.
Sem obras aparentes nos últimos séculos, o complexo de Vera Cruz de Marmelar, que integra também o antigo paço (de origem medieval e convertido em residência particular), permanece como um terreno virgem de intervenções, propício ao desenvolvimento de um projecto modelar a todos os níveis.

VERA CRUZ

Vera Cruz de doces encantos
Um dos maiores pontes de interesse de Vera Cruz é, sem dúvida, a sua igreja fortaleza onde se guarda a valiosa relíquia do Santo Lenho que se julga ser parte da cruz onde Jesus Cristo foi cruxificado e que aqui chegou transportada pelos cruzados, por esse facto aqui acorrem anualmente centenas de visitantes. Muitas são as lendas e as histórias de origem popular que envolvem este significante acontecimento em que a seu povo acredita religiosamente. Destaco as Lendas da Fonte Santa e das Oliveiras Bentas, entre muitas outras.

Em Vera Cruz vale apena visitar a Fonte Santa e deliciar-se com o sabor milagroso das suas águas, passear-se pelas hortas, olivais e montados que circundam a aldeia, saboramdo o ar puro e freco deste lugar, os produtos que o seu povo dai colhe, e que continuam a ser a fonte do seu sustento, sugiro que provem as laranjas, os figos, o azeite as cilarcas e, cloro, o trigo que está na origem do inigualavel pão alentejano e que em Vera Cruz tem um sabor único.

Ao se deixarem envolver pelo espírito de tranquilidade e paz que caracteriza esta terra terão ainda tempo de subir ao Outeiro se Sto António, passar pelo São Sebastião e, por entre as ruas brancas e sempre limpas, terão oportunidade de constatar a simplicidade e afectuosidade das pessoas que aqui vivem e estas são , sem dúvida, o melhor cartão de visita.

A ALDEIA

A aldeia

Para visitar Vera Cruz comece pela Igreja de São Pedro ( Séculos VII - XIX ). Assim que se aproxima da aldeia a primeira coisa que salta à vista é esta igreja, que é a edificação mais alta da aldeia. Igreja do antigo mosteiro da Ordem de Malta, foi fundada nos finais do século XIII por D. Afonso Pires Farinha, que participou na 7ª cruzada a Jerusalém, de onde trouxe a relíquia do Santo Lenho, ainda hoje guardada no seu interior.
O templo medieval foi construído sobre as ruínas de um antigo mosteiro visigótico, do qual subsistem, com especial relevo, as capelas colaterais da actual cabeceira da igreja, esta já consequência de uma reforma dos séculos XVI a XIX. Considerado um dos mais belos templos do País só abre oficialmente à hora da missa de domingo( actualmente é às 10.30h). Se for fora desta hora e se pedir ajuda poderá espreitá-la( procure no museu junto à mesma ou alguém por ali alguém que tenha a chave ). Tem uma história imensa de peregrinações, milagres e exorcismos. Com data de início de construção em 1271, era parte de um convento que esteve entregue à Comenda de Malta de Vera Cruz e era delegação do priorado do Crato. Este mosteiro, ou convento, ainda existe mas está praticamente em ruínas, mas ainda se pode observar como viviam os frades nesse tempo.

Se visitar a igreja, sinta todo o miticísmo e repare em alguns pontos interessantes: as janelas são apenas pequenas frestas que pouco iluminam o templo, tendo que se recorrer à iluminação artificial. É também desprovida de altares laterais, sendo o único altar o altar-mor. Do lado esquerdo do altar está uma pequena divisão onde está fechada a custódia do Santo Lenho, e repare na data que está por cima da porta. Indica a ultima restauração de que foi alvo. Já nas traseiras da igreja tome atenção às sucessivas obras de que este templo foi alvo. Notam-se muitas construções em cima umas das outras, o que indica muitas e muitas gerações que por ali passaram. Actualmente estas ruínas estão suspensas com uma estrutura metálica, pelo que percorra-as com cuidado.

Deve visitar na aldeia além da Igreja do Santo Lenho, o Museu da Aldeia, a Capela da Santo António, a Fonte Santa e os Buracos dos Mouros.
Em Vera Cruz há festas em honra do Santo Lenho sendo os dias principais sempre a 13 e 14 do mês de Setembro. Nas festas há bailes, touradas,largadas, procissão e as pessoas sao muito devotas ao santo.
Mas e que lenda é esta? É importante explicar um pouco da história deste local...












Um pouco de história...e lendas...

Mais importante é a lenda que garante que a madeira que está dentro de uma belíssima custódia (fechada literalmente a sete chaves) pertenceu ao Santo Lenho (a cruz de Cristo), motivo mais do que suficiente para ser, antes das aparições em Fátima, um importante local de peregrinação. E de exorcismos, como o daquela menina que tinha sido possuída pelo espírito de um homem adulto. Se estes motivos não fossem suficientes a aldeia tinha ainda um Pinheiro Sagrado e uma Fonte Santa, que se diz que terão aparecido na mesma altura em que o Santo Lenho foi para aqui trazido (1271). Outra lenda, esta historicamente improvável, diz que o Pinheiro Sagrado nasceu quando D. Afonso Henriques, ao passar por aqui em 1139, a caminho da batalha de Ourique, terá cravado no chão uma vara de espinho, enquanto dizia "é tão certo vencer todos os mouros, como esta vara reverdecer". De qualquer forma, os habitantes garantem que houve na aldeia um pinheiro sagrado, que era local de peregrinação, e garantem-me que a pinha que está no Museu da Aldeia tem cerca de 300 anos e foi fruto dessa mesma conífera.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

HISTORIAS DE VERA CRUZ

VERA CRUZ Exorcismos Em meados dos anos oitenta do século passado o GIFI realizou uma investigação de razoável envergadura acerca da prática de exorcismos em Vera Cruz (Portel- Alentejo), na sequência de uma notícia sobre a matéria publicada no jornal "Correio da Manhã". Nessa como em tantas outras ocasiões foi a comunicação social que chamou a nossa atenção para a verificação de determinados acontecimentos passíveis de investigação.Para além de um amplo conjunto de textos acerca do fenómeno da possessão diabólica e acerca da história da localidade, foram realizadas três deslocações ao local, em 28 de Outubro de 1985, 23 de Março de 1986 e 5 de Março de 1988.Em paralelo, foram realizadas entrevistas a sacerdotes, em 22 de Outubro de 1985 e 12 de Março de 1988, bem como a obtenção de parecer acerca dos casos registados por parte da psicóloga Drª Maria da Conceição Faria.Participaram nas equipas de investigação nove membros do GIFI.1- Vera CruzQuanto à povoação, situada a cerca de 10 km de Portel, sede do concelho, é referida nos registos históricos desde o século XIII, muito embora se admita que a ocupação do local seja anterior. Ganhou foros de alguma importância por ali ter sido instalado em meados do século XIII um mosteiro hospitalário, importante edifício que permaneceu na posse da ordem (então já denominada "de Malta") até ao século XIX, ou seja até que com o liberalismo foi decretada a extinção das ordens religiosas no país.Actualmente trata-se de uma pequena povoação alentejana, caracterizada pela particularidade de se integrar numa região razoavelmente montanhosa, diferente portanto da usual imagem da planície alentejana.Vera Cruz não atrairia o visitante, muito menos o investigador, não fosse o caso de ali se encontrar uma preciosa relíquia, nada mais nada menos que um pequena parcela do Santo Lenho, ou seja, da cruz onde Cristo foi crucificado.É bem sabido como a soma dos pedaços do Santo Lenho conhecidos chegariam para perfazer uma floresta de cruzes. A explicação é simples, pois o fenómeno decorre do facto de no local da crucificação de Jesus, o gólgota, os romanos realizarem igualmente muitas outras crucificações, pelo que, séculos depois, se tornou fácil encontrar no local pedaços de madeira com os quais fazer relíquias, para comércio junto dos crentes.Foi exactamente por essa via que, durante a idade média, foi trazido da Terra Santa um pedaço do Santo Lenho, que se destinava à Sé de Évora (onde aliás se encontra actualmente uma relíquia com idênticas características). Diz a lenda que a mula onde o Santo Lenho era transportado para em Vera Cruz, recusando a ir mais adiante e ali vindo a morrer. Logo se produziram uma série de milagres, brotando da terra uma fonte tia por santa e nascendo um pinheiro no local onde o arneiro espetou a vara com que picava a mula. O sinal era evidente: a relíquia devia ficar naquele local.Ora uma relíquia de tão grande importância é instrumento conhecido pela sua eficácia no âmbito do ritual católico, pelo que desde logo ali se começaram a realizar exorcismos.À época da investigação realizada pelo GIFI, os sacerdotes locais eram compelidos a manter a tradição, ainda que contra sua vontade, pelo que ao local acorriam numerosos forasteiros, em especial após a missa de Domingo, procurando alivio para os seus tormentos espirituais.2- Possessão diabólica e exorcismosA tradição católica, de forma similar ao que acontece na doutrina de outras religiões, admite a existência de um espírito maligno (quase divino), o Diabo, que conta com uma legião de auxiliares (quase anjos), os demónios.A presença do ente maligno, propriamente dito, nestas situações é considerada extremamente rara. São especialmente os demónios, quem tem o poder de atormentar os homens, quer pela tentação diabólica (estímulo demoníaco sobre o homem), quer pela infestação local ou pessoal (influência indirecta sobre o homem ou sobre as coisas inanimadas, animais e vegetais), quer pela a possessão diabólica, situação que aqui especialmente nos interessa.Esse último grau, o mais grave, implica que alguém é tomado espiritualmente e de forma profunda pelo demónio, que faz da sua vitima instrumento.O exorcismo é um ritual que tem em vista, de forma preventiva (por exemplo, como parte integrante do baptismo) ou curativa (o exorcismo em sentido estrito) proteger o homem da possessão diabólica.O rito segue regras estritas constantes do "Ritual Romano", utilizando o sacerdote orações, água benta, objectos benditos como o Agnus Dei e, claro, relíquias como o Santo Lenho.Durante o ritual, assim que consegue forçar o demónio a manifestar claramente a sua presença na pessoa possuída, o sacerdote exorta-o a libertar aquele corpo, reforçando esse comando pelo uso sucessivo de instrumentos como os acima referidos.Importa dizer que um sacerdote quando é ordenado recebe a capacidade para realizar exorcismos, sendo que normalmente é necessário obter uma autorização do episcopado competente para que o exorcismo seja licitamente efectuado, o que normalmente implica uma investigação prévia que afaste as explicações médicas ou psicológicas para a sintomatologia manifestada pela pessoa em causa.Em Vera Cruz, no tempo do Padre Silvério, pároco local à data da investigação, os exorcismos eram totalmente públicos, o que permitia o acesso a jornalistas e investigadores.Após a sua morte, foi clara a política da Igreja no sentido de afastar o público, tendo-nos sido dito que já não se realizavam exorcismos no local, facto amplamente desmentido por informações a que foi possível ter acesso.Os rituais a que assistimos apresentavam algumas particularidades, designadamente porque não havia uma verdadeira análise prévia de cada caso, muito embora o Padre Silvério colocasse sempre algumas perguntas ao suposto possesso, sendo vulgar insistir com as pessoas para consultarem um médico. Em todo o caso, tanto eram submetidos ao ritual aquelas pessoas que, sem quaisquer sintomas ali iam como quem participa na comunhão, como manifestos doentes psíquicos e, por fim, aqueles casos mais estranhos que nos deixaram dúvidas sérias em termos de qualificação.De facto, se bem que a explicação psicológica seja normalmente fácil de descortinar, ainda que sem a realização de um estudo rigoroso e directo por parte de um psicólogo, a verdade é que num caso ou noutro os possessos apresentaram fenomenologia difícil de entender.O exemplo mais forte é o de uma rapariga de cerca de dez anos que se manifestou ao longo de horas de forma brutal, gritando, contorcendo-se, tentando fugir da igreja, o que implicaria a sua qualificação como um caso de histeria. No entanto, a histeria é extremamente invulgar em crianças tão pequenas, em especial com a gravidade que decorria das atitudes manifestadas neste caso.É um facto que não se assistiu a qualquer fenómeno qualificável como claramente insólito, pelo que fica essencialmente o registo de um facto sócio-religioso muito perturbante.